regente de Sagitário ou de Virgem?
Ou... do eixo
Virgem/Peixes?
Janine Milward
O mito de Quíron nos diz que ele teria
ido ao mundo dos ínferos, Hades, após ter deixado de ser imortal, porém logo
depois foi levado aos céus, sendo colocado na constelação de Sagitário. Outros mitos nos dizem que a constelação foi
a do Centauro. É interessante também
sabermos que sua filha, Thea, profetisa, foi também colocada no céu através a
figura de um cavalo, Pegasus, o cavalo alado.
Existem em Quíron várias questões discordantes
entre si. E uma delas, talvez a mais
importante, é que a maioria dos astrólogos não reconhece o arquétipo de Quíron
como algo relevante a ser lido e interpretado dentro do mapa astral. Porém, com o tempo, eu penso que mais e mais
astrólogos estarão acordando para o preenchimento de um certo vazio dentro do
mapa astral - caso a leitura sobre Quíron e seu arquétipo colhendo tantas
possibilidades, quase sempre fundamentadas na dor... não aconteça.
Muitos astrólogos ficam, a meu ver, enredados entre Saturno e Urano,
tentando através desses arquétipos, explicar muitas das questões que são
explicadas realmente através a figura arquétipica de Quíron. A verdade é que Saturno nos aponta para o
recrudescimento da dor, sim, e nossas ações conseqüentes em termos de bem
resgatarmos Karmas e Samskaras trazidos de vivências anteriores acumuladas e
demonstradas em nosso Risco do Bordado.
E a verdade é que Urano nos aponta para o recrudescimento da dor, sim,
no sentido de podermos senti-la como os cortes guilhotinais que nos acontecem
em nossa vida, as cortinas que se abrem antes do Ato começar a acontecer ou que
se fecham antes do Ato terminar. Mas a
grande verdade é que a dor em si, a dor, a dor, é um arquétipo quironiano.
E certamente, iremos encontrar algumas
outras discordâncias em termos de qual signo acolheria de forma mais adequada a
regência de Quíron. Primeiramente, foi o
signo de Sagitário que se colocou como o pretendente mais apropriado. Será?
Talvez seja pela fato de que Quíron pode ser a possível figura
representativa da constelação e do signo do Sagitário. Porém, a meu ver, Júpiter é tão perfeito para
reger o Sagitário, não é verdade?
É certo que Quíron é um arquétipo que
traz em si mesmo um imenso cabedal de conhecimentos e de sabedoria. E isso o aproxima intensamente do signo de
Sagitário, sem dúvida alguma. Poderemos até dizer que Quíron poderia ser
entronizado como o bom co-regente do signo de Sagitário. Aliás, o Monte Pélion, onde Quíron morava, ficava
a oeste - o lugar do por do sol -, e ao lado do Monte Olimpo, que ficava ao
leste - o lugar do nascer do sol.
Júpiter tem uma conotação intensamente esplendorosa, enquanto Quíron é
bem humilde, não gosta muito de aparecer...
A meu ver - e é também a opinião de
meia dúzia de astrólogos -, o signo a ser regido por Quíron é o signo de
Virgem. E por que digo isso? Porque Quíron, em primeiro lugar, por ser um
centauro, tem metade de seu corpo voltada para seu lado mais primitivo, digamos
assim, seu lado animal, e tem a outra metade voltada para seu lado mais
elaborado, digamos assim, seu lado humano.
Essa bipartição já nos traz uma conotação do hemisfério da mandala
astrológico composto pelas Casas de Um a Seis que acolhe o lado animal, mais
primitivo, elaborando-se para se tornar humano. E a composição das Casas Sete a Doze estaria
acolhendo o lado humano, mais elaborado, elevando-se à condição de semideus e
de deus. Sabemos que as Casas de Um à
Seis nos falam de nosso Eu Sou em termos de sua elaboração de pessoalidade e de
identidade pessoal e que as Casas de Sete à Doze nos falam de nosso Nós Somos,
de nosso Encontro com nosso Outro e de nossa vivência com nosso Outro, em
termos de nossa elaboração de coletividade e de identidade social e planetária
e universalizada e transcendente.
A Casa Seis e Virgem são os arquétipos
que nos preparam de forma que possamos fusionar nosso Eu Sou inteiramente
completo em nossa pessoalidade e em nossa identidade pessoal com nosso Outro,
com a coletividade e a identidade social e planetária. E a Casa Doze e Peixes - opostos e
complementares à Casa Seis e a Virgem - estariam atuando como o fusionamento do
nosso Eu Sou inteiramente completo em nossa coletividade e em nossa identidade
social e planetária! E a verdade é que
viemos vendo Quíron como o arquétipo que faz a ponte entre a realidade pessoal
e a identidade pessoal de cada um de nós com nossa realidade planetária e nossa
identidade social e universalizada.
Quíron vem nos falar sempre acerca do
Trabalho e sabemos que a Terra é, antes de mais nada, uma Estação de
Trabalho. E Quíron vem nos falar sempre
acerca dos Caminhos da Iluminação e da Liberação ou Imortalidade e sabemos que
a Terra é uma Estação de Iluminação - por ser um Planeta com plenitude de
materialização e Luz é matéria e a Iluminação e posterior Liberação ou
Imortalidade somente podem acontecer em um Planeta de encarnação plena, como
nossa Mãe-Gaia, por exemplo.
É certo que, dentro do sentido acima
exposto acerca da regência de Quíron para a Casa Seis e para o signo de Virgem,
vamos ver esses dois arquétipos de forma bem mais transcendente do que a Casa
Seis e o signo de Virgem que vemos dentro de suas regências naturais e
correlatas do Planeta Mercúrio. É certo
também que Mercúrio se bem encaixa dentro do signo de Virgem pois que traz para
si outras virtudes que não são encontradas quando de sua regência para o signo
de Gêmeos e a natural e correlata Casa Três!
Em Virgem, Mercúrio usa a mente não somente da forma racional e lógica e
pessoal que consegue obter em Gêmeos mas também a usa de forma analítica e
pragmática e ordeira e progressiva e prática e bem aterrada, trabalhadora e
discriminadora ao extremo.
Poderíamos então dizer - e é assim que
eu funciono dentro de minha leitura e
interpretação do mapa astral dos Caminhantes que chegam até a mim -, que
Mercúrio estaria regendo uma parte mais terrena (se é que podemos assim nos
expressar) dentro do signo de Virgem; e que Quíron estaria regendo uma parte
mais celeste (se é que podemos assim nos expressar) dentro do signo de Virgem. A verdade é que, dependendo daquilo que eu
sinto como índole essencial do Caminhante que chega até a mim, eu lerei o signo
de Virgem sendo regido por Mercúrio ou por Quíron - e, às vezes, por ambos,
fundamentalmente quando se trata do signo de Virgem aparecendo como Vagões ou
como Locomotiva e que precisaremos encontrar seu Passageiro do Tempo ou seu
Motorneiro. Quando eu sinto que a pessoa
vê a vida de forma menos aprofundada e mais factual, digamos assim, eu me volto
mais para a leitura de Mercúrio. Quando
eu sinto que a pessoa está em busca de seu caminho, de sua senda, do seu
auto-conhecimento e de sua cura em vários níveis, eu me volto mais para a
leitura de Quíron. Da mesma forma,
existem momentos em que vivenciamos mais nitidamente Mercúrio como regente de
Virgem e da correlata e natural Casa Seis, e existem outros momentos em que
vivenciamos mais nitidamente Quíron atuando nesse sentido.
Mas não podemos nos esquecer que Quíron
é também um arquétipo que vem encarnar o pragmatismo, sem dúvida alguma. Sempre que tutelava seus discípulos ou que
curava aqueles que o procuravam em seu Quironion, a todos ele atendia de forma
inteiramente pragmática, a todos ele ensinava o pragmatismo de todas as suas
lições, suas variadas lições em suas variadas matérias! Em Quíron, sempre tudo tem que oferecer a cada
um de nós as questões mais pragmatizadas possíveis para que possamos bem
realizarmos e cumprirmos nossas missões pessoais e individuais dentro do
Planeta Terra: é o nosso Trabalho do dia-a-dia, são os cuidados com nosso corpo
físico e os demais corpos que nos acompanham em nossa jornada de vida.
O signo de Virgem e a Casa Seis,
correlata e natural, são voltados para o discipulado. Sendo assim, teremos em Quíron tanto o
arquétipo em nós mesmos enquanto discípulos como também esse mesmo arquétipo
enquanto mestres. O que faz a diferença
nessa questão é nossa consciência e nosso livre-arbítrio atuante a partir da
expansão de nossa consciência quando de nosso tempo de Segundo Ato de Vida,
conforme já comentamos anteriormente.
Eu vejo a Casa Seis e o signo de Virgem
como a síntese mais completa da palavra Trabalho - dentro da premissa de que a
Terra é um Planeta de Trabalho. Cada um
de nós tem sua própria e especial tarefa a realizar e a trocar uns com os
outros. E vejo que o arquétipo
quironiano se encaixa absolutamente perfeito dentro desse contexto.
Eu vejo a Casa Doze e o signo de Peixes
como a síntese mais completa da palavra Iluminação e Liberação ou Imortalidade
- dentro da premissa de que a Terra é um Planeta de Iluminação e de posterior
Liberação ou Imortalidade. E vejo o
arquétipo quironiano se encaixando absolutamente perfeito dentro do contexto de
atuar como a ponte para seus discípulos e os Caminhantes que o procuravam
alcançarem não somente a consciência acerca de seus Trabalhos mas também se
colocarem a Caminho da Iluminação!
A verdade é que o arquétipo quironiano
se encaixa muitíssimo bem dentro do eixo Virgem/Peixes, Casa Seis e Casa Doze,
pelo fato de que essa polaridade nos aponta para nossa possível proficiência em
nosso Eu Sou pessoal e em nosso Eu Sou social e planetário e universal e
transcendente. Quando os Caminhantes
chegavam até Quíron, eram simples criaturas e ao saírem do Quironian eram seres
sabedores de seus Trabalhos e já a caminho de suas realizações pessoais e
sociais e planetárias. Hércules, por
exemplo, é a própria figura daquele que realiza seus Doze Trabalhos, ou seja,
cumpre rigorosamente com todos os arquétipos das Doze Casas astrológicas,
cumpre com os desígnios que sua Alma tinha lhe colocado quando do tecimento de
seu Risco do Bordado.
....................
Nesse ponto, eu gostaria de deixar um
espaço aberto também para você, caro aluno de Amigos das Estrelas, para que
você mesmo possa vir a sentir e a identificar a regência de Quíron, sim?
Uma verdade é: em termos dos asteróides
existentes entre Marte e Júpiter, por exemplo, por mais que realmente
encontremos lugares adequados para suas regências - como Juno e Pallas para
Libra, a primeira em termos do casamento e das associações e a segunda em
termos da luta pela justiça e pela equanimidade sociais; como Ceres, que muitos
astrólogos teimam em querer posiciona-la como regente do signo de Virgem; como
Vesta que é tão parecida com o signo de Peixes, não é verdade?...... -, sempre
veremos que alguns conceitos ou arquétipos dos Signos se adequam aos
asteróides, sim, porém não todos os conceitos ou arquétipos.
No caso de Quíron, existe a opinião
entre vários astrólogos - e bons astrólogos, sem dúvida alguma -, que Quíron é
como se fosse um asteróide, ou seja, possui sua grande importância porém não
tanta que o leve a assumir a regência de um signo inteiro, em conceitos e em
arquétipos, como um todo.
Eu deixo, então, para você, caro Amigo
das Estrelas, que vá fazendo suas pesquisas, suas escolhas, suas práticas -
tanto com você mesmo, em sua vida e estruturado em seu Risco do Bordado como
também de seus clientes e pacientes e pessoas os quais você lida
astrologicamente... e consiga chegar às suas próprias conclusões.
Last but not least, é preciso que se
diga que ultimamente tem havido alguns descobrimentos de possíveis planetóides
transplutonianos - e certamente alguns deles estarão concorrendo por regências
de signos. Sedna, por exemplo, tem sido
classificado como bom regente para o signo de Libra. Pessoalmente, eu ainda não me aprofundei no
estudo e na pesquisa e na experienciação prática dentro do meu trabalho com
esse planetóide recentemente descoberto e portanto, não tenho como dizer algo
sobre o mesmo. E você bem sabe, caro
Amigo das Estrelas, eu acarinho a idéia da descoberta física daquele arquétipo
que eu denomino de Ísis, a guardiã dos segredos do conhecimento - possivelmente
se encaixando ou em Virgem ou em Libra, a meu ver.
Porém, eu penso que para realmente podermos
inserir um novo arquétipo dentro da regência de alguns signos que os astrólogos
sentem carentes de boa regência hoje em dia... - assim como Virgem e Libra, por
exemplo -, algo de novo tem que realmente acontecer dentro do mundo físico
fusionado ao mundo metafísico e tudo isso ser atrelado ao nosso inconsciente
fusionado ao nosso consciente de forma que possamos realmente nos conscientizar
dessa nova energia e a atuarmos verdadeiramente!
O que é muito interessante dentro do
mundo do arquétipo quironiano - em retornando ao nosso tema inicial -, é que
Quíron era um ser extremamente pragmático!
Tudo aquilo que poderia advir do mundo da não-manifestação deveria
encontrar sua contraparte dentro do mundo da manifestação: isso era o ponto
inicial da postura quironiana e é isso também que viemos herdando do arquétipo
do mestre dos mestres e do curador ferido.
E por isso mesmo, eu penso que sua regência para o signo de Virgem é
realmente satisfatória, a meu ver.
Janine Milward
LEIA MAIS SOBRE QUÍRON, ACESSANDO
O Curador Ferido e Mestre dos mestres
Textos Teóricos e Textos Práticos estruturados em leitura e interpretação de Mapas de alunos (com suas devidas permissões)
SEU LIVRO
DE VIDA
©
2008
http://seulivrodevida.blogspot.com.br/
Janine
Milward
Quase tudo
o que você quer saber sobre
Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento,
em 22 Capítulos/Volumes!
Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento,
em 22 Capítulos/Volumes!
Editora
Estrela do Belém