Eu Fiz, Eu Faço, Eu Farei:
de onde venho, onde estou agora e para onde estou indo
- O Trem da Vida
Janine Milward
Acima de tudo, todas essas percepções têm que ser realmente
vivenciadas, ao longo de nossa vida. E
mais: essas percepções são reais fundamentações de nossa vida e nossa visão
também do nosso Risco do Bordado, a expressão com a qual eu denomino o mapa
astral natal! Em momento algum, devemos
nos colocar diante de nosso mapa astral natal (ou diante dos demais mapas
coadjuvantes), vendo-o apenas como uma expressão estática, sem movimentação
alguma, do nosso momento de nascimento.
Não e não! A meu ver, é
impossível realizarmos uma leitura e interpretação de qualquer mapa astral se
não levarmos em conta as questões voltadas para o Eu Sou fundamental da vida -
o Ciclo de Brahma, do sutil ao denso e seu retorno ao sutil, a inter-relação
entre o mundo da não-manifestação e o mundo da manifestação: Eu Fiz, Eu Faço,
Eu Farei; de onde venho, onde estou agora e para onde estou indo.
O Eu Sou é sempre uma constância - porque é fusionado ao Tao da
Criação. O Eu Fiz já faz parte da
duração da interação entre tempo e espaço, já voltado para o tempo e o espaço
que ocupam o lugar do chamado passado; o Eu Faço faz parte da duração da
interação entre tempo e espaço voltado para o tempo e o espaço que ocupam o
lugar do chamado presente; e o Eu Farei faz parte da duração da interação entre
tempo e espaço voltado para o tempo e o espaço que ocupam o lugar do chamado
futuro.
O Eu Sou é constante; o Eu Fiz é a semente que ocupa o lugar da
Cauda do Dragão, dos Vagões do Trem da Vida, do Nódulo Sul, e deverá trazer sua
essência para o Eu Faço. O Eu Faço é a
semente que ocupa o lugar de atuação de fusão entre a Cauda e a Cabeça do
Dragão, dos Vagões com a Locomotiva do Trem da Vida, do Nódulo Sul e o Nódulo
Norte. O Eu Farei é a semente do
vir-a-ser, que ocupa o lugar da Cabeça do Dragão, da Locomotiva do Trem da
Vida, do Nódulo Norte, e será a colheita de tudo aquilo que veio sendo
realizado através o Eu Fiz e o Eu Faço.
Dentro do processo de consultoria astrológica, se olharmos um mapa
astral sem levarmos as questões acima mencionadas em total consideração..., não
estaremos praticando a Astrologia da Alma - não estaremos praticando a
movimentação constante do universo e da Criação. Se nos mantivermos sempre fundamentados na
movimentação, na Repetição, no Eterno Retorno traduzido em Sementes e em
Ciclos... Ah! Aí sim, aí estaremos praticando a Astrologia da Alma!
Se olharmos o mapa astral natal apenas como uma Estação onde nosso
Trem da Vida está parado... e se virmos essa Estação apenas como algo
estacionário, estático e se virmos o Trem da Vida apenas como uma imensa
engrenagem inteiramente estacionada, parada, estática, sem qualquer conotação
de movimentação seja de ida ou seja de vinda..., aí então não estaremos atuando
dentro da Astrologia da Alma. Poderemos
sim, estar atuando dentro das questões astrológicas e poderemos até passar
horas e horas comentando sobre esse Risco do Bordado ao nosso cliente - e
poderemos até intentar em comentários sobre possíveis encarnações passadas e
atos que levariam o cliente/Caminhante a tecer encarnações futuras,
etc.... mesmo assim, tudo estaria
fazendo parte apenas de uma Estação onde o Trem da Vida estaria estacionado,
sem denotar movimentação alguma.
A mim veio esse título de Trem da Vida fazendo sua passagem
pela Estação Terra, lugar de Trabalho e de Iluminação, exatamente para dar
sentido de inteira, total e ampla movimentação de todas essas estruturas, ou
seja, sempre o Trem da Vida estará completando ciclos de viagens de idas e
vindas; sempre a própria Estação Terra, lugar de Trabalho e de Iluminação,
estará tendendo a também completar seus ciclos de viagens de idas e vindas -
seja com relação à Lua e com relação de ambos juntamente em órbita em torno ao
Sol (as questões pertinentes aos Nódulos Lunares em si), ou seja em função da
própria ascensão (ou des-censão), da evolução (ou involução) do Planeta Terra,
enquanto organismo vivo que é e que faz parte do organismo vivo que é o Sistema
Solar e que por sua vez, faz parte do organismo vivo que é a Via Láctea, nossa
Galáxia, que por sua vez, faz parte do organismo vivo que é nosso Universo...,
que por sua vez, faz parte do organismo vivo que é o Pluriverso..., que por sua
vez, faz parte da Criação sob o Tao, dentro do mundo da manifestação.
Quando, dentro da compreensão astrológica, apenas se percebe a vida
do aqui-e-agora sendo estabelecida a partir do mapa astral natal registrado
nesta encarnação atual - despida de quaisquer antes ou depois -, veremos que o
Trem da Vida está estacionado estaticamente, voltando apenas para a efemeridade
dessa nossa (parca) visão de vida.
Quando se percebe a vida do aqui-e-agora estabelecida em nossa mapa
astral natal sendo entrelaçada com as vivências sucessivas anteriores - em
função dos Karmas e Samskaras acumulados e a serem resgatados nessa atual
encarnação - e apontando para suas ações e reações formadoras das vivências
sucessivas posteriores, então estaremos atuando a infinitude da Alma e do
Espírito e o Trem da Vida estará fazendo apenas uma pequena parada na Estação
Terra! O mapa astral natal, em si mesmo,
continua sempre o mesmo - a questão é o ponto de vista sobre o qual se
estrutura nossa compreensão acerca a Astrologia e a vida, como um todo.
É também importante que eu diga que não exatamente me proponho a
realizar a façanha utópica de ficar revelando ao meu cliente ou ao meu aluno ou
meu leitor, possíveis historietas por mim criadas (a partir de seu Risco do
Bordado, é claro) em termos de suas pretensas vidas passadas. Não. A
meu ver, apenas um Mestre - com M maiúsculo - tem o direito de revelar questões
de vidas passadas, ipsis literis, para o discípulo que o procura. E mais: somente poderá assim fazer se assim
considerar necessário - porque, na maioria das vezes, Ele pode entender essa
busca de seu discípulo como simples e pura curiosidade, que não será
satisfeita.
Mesmo uma sala que tenha sido deixada no escuro por um imenso,
longo tempo, no momento em que se acende uma vela, uma lamparina, um candeeiro,
uma lâmpada..., esta sala estará preenchida pela luz e o que importa será
aquilo que será ali realizado a partir daquele momento. É certo que podemos inferir que o fato de
esta sala ter sido deixada no escuro faz parte do Risco do Bordado do Caminhante
e isso aconteceu a partir de vivências sucessivas anteriores - em Karmas e
Samskaras, ações e reações em potencial - que assim tenham se manifestado nessa
encarnação atual! No entanto, a partir
do momento em que se compreende que esta escuridão existe e que se procura pela
luz sendo implementada e que se efetivamente acende essa luz e se ilumina esta
sala..., está sendo realizado um processo de ampliação da mente, de expansão da
consciência, e isso poderá vir a ser vivenciado dentro de atuações mais
positivas em termos de ações e reações em potencial, de hoje voltado para o
futuro, em Karmas e Samskaras acumulados para vivências sucessivas.
Assim eu vejo o Trem da Vida: a escuridão, conforme vimos o exemplo
acima, pertence a alguns dos Vagões, a algumas vidas anteriores sintetizadas no
Risco do Bordado do Caminhante de forma a serem revivenciadas na atual
encarnação. O retorno da luz, porém,
pertence à Locomotiva, e faz movimentar a vida de aqui-e-agora em direção ao
seu futuro e às vidas posteriores sendo tecidas pelo Caminhante. Nossos Mestres nos dizem que o Tantra
Primordial quer significar: a ampliação - e conseqüente iluminação - da
consciência de forma a deixar a escuridão da ignorância para trás. É a libertação das amarras da ignorância.
Portanto, a meu ver, ao passarmos a adotar a compreensão sobre a
Astrologia através o longo caminhar da Alma fusionada ao Espírito e adentrando
a encarnação em vivências sucessivas e apresentando cada uma dessas vivências
através a fotografia do céu em relação ao lugar e ao momento do nascimento...,
estaremos diante da compreensão mais ampla acerca Dharma - a essência essencial
de cada um de nós - e dos Karmas e Samskaras - ações e reações em potencial que
vão sendo executadas e vivenciadas em seus resgates e exaurimentos ao longo das
vivências sucessivas.
COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
Janine Milward
SEU LIVRO DE VIDA
© 2008
http://seulivrodevida.blogspot.com.br/
Janine Milward
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Editora Estrela do Belém