Janine Milward
É importante que vejamos a
questão da troca de mortalidade e de imortalidade entre Prometeu e Quíron:
Alguns autores dizem-nos que Prometeu
era um imortal e outros dizem que era um mortal. A verdade é que ele era um dos Titãs, seres
primordiais no Planeta Terra. Muitos
autores nos dizem que Prometeu fez do barro o homem e a mulher e não contente,
deu-lhes o conhecimento, o uso da mente e da razão e da compreensão da
intuição, através o fogo que ele havia roubado dos deuses e por essa mesma
razão, acabou tendo que cumprir uma penalidade de estar acorrentado a uma
coluna no monte Cáucaso por cerca de 30.000 anos, com seu fígado sendo bicado
durante o dia por um abutre e restaurado durante a noite. É interessante que percebamos que o número 30
sempre nos lembra o tempo de cerca de 29 anos de translação de Saturno em torno
do Sol e de retorno de Saturno em nosso mapa astral natal.
Prometeu havia roubado o fogo dos
deuses e o entregue aos homens. O fogo
vem então significar Poder e Consciência, retirando, dessa forma, a humanidade
de sua inconsciência primordial e tornando-a consciente de si mesma e de seu
poder, diante da vida. Fogo é vida. Portanto, a partir do momento em que os
homens puderam ter acesso ao fogo, houve uma imensa expansão não somente da
possibilidade de expansão da humanidade em si - através a proteção e a
facilitação da alimentação proporcionadas pelo fogo -, como também da realidade
de expansão da consciência primeiramente coletiva e tribal e em segundo
momento, individual de cada um dos seres.
Os homens já não estavam mais tão subjugados aos deuses, como antes. Havia agora o poder e a consciência que
faziam que os homens pudessem realizar suas vidas de forma um tanto mais
independente, digamos assim, dos deuses e a relação entre homens e deuses mudou
definitivamente - a partir do momento em
que Prometeu doou aos homens o fogo.
Podemos então pensar que o Dharma de
Prometeu foi inteiramente cumprido através essa sua ação. No entanto, o Karma e o Samskara de tal ação
e sua reação também lhe aconteceram: foi amarrado a uma rocha tendo seu fígado
sendo comido diariamente por um abutre.
Era um castigo realmente atroz!
Quando Hercules propôs a Júpiter que
para que libertassem Prometeu de seu castigo atroz e realizasse a troca de sua
mortalidade com a imortalidade de Quíron - que também tinha seu sofrimento
atroz e ansiava pela morte... -, a verdade é que o Dharma dessa realização de
Hercules foi absolutamente fundamental dentro da realidade das vidas de
Prometeu e de Quíron (uma vez mais Hercules realizava o Dharma e o Karma e os
Samskaras quironianos) e dentro da realidade da vida da humanidade como um todo
bem como dentro da realidade da vida dos deuses, da mesma forma.
E por que digo isso? Bem, primeiramente temos que compreender que
a humanidade estava inteiramente independente, a partir de então, em relação ao
seu uso do fogo - ninguém mais estaria
resgatando Karmas e Samskaras a partir da ação de doação do fogo dos deuses aos
homens. Nesse caso, também a própria
humanidade em si já estava inteiramente resgatada de seus Karmas e de seus
Samskaras em termos da aquisição de maior expansão de sua consciência e podia
se atrelar de forma mais digna, digamos assim, ao seu Dharma essencial, ao seu
Trabalho e aos seus Caminhos da Iluminação e da Liberação ou Imortalidade. Essas questões estariam levando a humanidade
- cada ser em seu tempo e em seu próprio Dharma sendo realizado - a ocuparem
seus próprios lugares ao lado dos deuses, sem dúvida alguma!
Júpiter, por sua vez, pôde também
realizar-se inteiramente em seu Dharma pois que mostrou-se verdadeiramente
justiceiro e protetor deus dos deuses e dos homens e de toda a natureza. Aliás, é interessante observarmos que o
Planeta Júpiter é quase um Sol, realmente, por pouco não se tornava um Sol...
mas certamente, em função de seu gigantesco tamanho, faz uma verdadeira barreira de forma que os
raios solares não o ultrapassem e possam se fixar na Terra, lugar de
materialização plena da vida, Estação de Trabalho e de Iluminação.
E sabemos que Hércules é o realizador
dos Doze Trabalhos, ou seja, aquele que se tornou herói de si mesmo e dos
homens mostrando a todos a possibilidade de cumprirmos com os Doze Cenários de
Vida contidos em nosso Risco do Bordado.
E podemos também compreender que deve
haver uma relação de interação kármica bastante intensa entre Prometeu e
Quíron, certamente. Um complementou o
Dharma do outro.
Se não houvesse acontecido a troca
entre a mortalidade de Prometeu e a imortalidade de Quíron, se o fogo e a
consciência não tivessem sido plenamente conquistados pelo homem, a Terra não
teria realizado seu Dharma enquanto Planeta de Trabalho e de Iluminação!
A troca entre a mortalidade de Prometeu
e a imortalidade de Quíron é o que proporcionou aos homens sua ampliação de
consciência. Se não, vejamos: Prometeu é
a imagem do atrelamento dos homens aos deuses, em espiação de suas culpas no
sentido do roubo do fogo, é a imagem do Karma e dos Samskaras - ação e reações
em potencial - advindos do desejo de ampliação da consciência, do homem. Essa culpa e esse castigo, ao ficar sendo
espiado por Prometeu, trazia em si a imagem da humanidade como um todo espiando
essa mesma culpa e sofrendo esse mesmo castigo.
Ao terminarem a culpa e o castigo, a
libertação de Prometeu significa a libertação da humanidade. Ao se tornar imortal, Prometeu traz a imagem
de que também a humanidade pode assim se tornar - já livre da culpa e do
castigo de ter adquirido sua possibilidade de expansão de sua consciência! A expansão da consciência pressupõe a
realização do Trabalho e então, a possibilidade de nos colocarmos em nosso
Caminho da Iluminação, e posteriormente, em nosso Caminho da Liberação ou
Imortalidade! Sendo assim, a
imortalidade adquirida por Prometeu nos avisa que tudo isso é extremamente
possível de ser realizado, dentro de um Planeta de plenitude de vida
materializada, como a Terra, nossa Mãe-Gaia.
Por outro lado, a libertação do
sofrimento da ferida nunca curada de Quíron, através de sua mortalidade que lhe
presenteou seu desejo de morte sendo plenamente realizado..., trouxe a homem a
imagem de que a mortalidade e suas dores - ou seu desejo de morte ou seu medo
de morte - são apenas questões circunstanciais advindas de seu corpo físico e
demais outros corpos que fazem parte de sua encarnação! O que realmente importa é a imortalidade
adquirida através a expansão da consciência - primeiramente através o Trabalho,
depois o Caminho da Iluminação e finalmente, o Caminho da Liberação ou
Imortalidade, quando o homem se torna um Mestre Imortal e que pode decidir se
irá sustentar com sua força e energia todo um Planeta ou se irá criar um novo
sistema solar ou mesmo uma nova galáxia ou quem sabe, um novo universo... ou
simplesmente irá se tornar um Bodhisattva, um ser de compaixão que retorna à
Terra ou a um Planeta de vida inteiramente materializada para ajudar - como
Mestre Liberado - a todos os demais seres em seus caminhos de Trabalho e de
Iluminação e de Liberação!
Portanto, se não houvesse acontecido a
troca entre a mortalidade e a imortalidade, a humanidade já teria perecido,
certamente, sem ter tido acesso à consciência e sua expansão plena e a Terra
não teria tido a oportunidade de realizar seu Dharma.
No caso de nossa leitura e
interpretação do mapa astral, é preciso que também possamos investigar a
respeito do nível de consciência que nosso cliente ou o Caminhante que até nós
chega e nos procura para seu auto-conhecimento em termos de como esse ser pode
vir a realizar essa mesma troca!
Sabemos de casos muito especiais, onde
a pessoa consegue realmente superar vários dos obstáculos apresentados por sua
dor maior, por sua ferida maior, e exerce essa superação através da expansão de
sua consciência. O físico Stephen
Hawkings, por exemplo, é uma dessas pessoas: ele mesmo já disse inúmeras vezes
que se não tivesse sido acometido da doença que degenerou seus ossos e seus
músculos e o prendeu definitivamente, ao longo de sua vida de maturidade a
partir dos seus anos vinte... a uma cadeira e mais tarde, inclusive, perdeu sua
fala... ele afirma que se tudo isso não
lhe tivesse acontecido é possível que ele não teria desenvolvido e aprofundado
seu trabalho dentro da física da maneira que o fez (e ainda vem fazendo),
tornando-se um real Mestre para a humanidade.
Obviamente, não podemos dizer que todos
nós estaremos passando por questões físicas de dores e de sofrimento da forma
como muitas pessoas passam. Mas podemos
dizer que todos nós estaremos passando por questões espirituais e anímicas e
psíquicas de dores e de sofrimento, sem dúvida alguma. Cada um de nós possui seu Dharma e seus
próprios resgates de Karmas e Samskaras e já aprendemos, um tanto, a ler sobre
essas questões assinaladas por nossa Alma dentro do tecimento do seu Risco do
Bordado, junto ao Tao da Criação. Cada
um de nós possui uma espécie de dor e de sofrimento - o que nos faz um tanto
desejar a superação dos mesmos, nem que seja através da morte. A questão é: para que isso aconteça de forma
transcendente e verdadeira, é preciso que haja a troca, ou seja, é preciso que
a morte não seja um término - nem mesmo a vida seja uma realidade única. Sabemos que vida e morte são duas palavras
para dizerem a mesmíssa coisa: a Eterna Mutação sob o Tao da Criação.
Portanto, a verdadeira troca é o desejo
de fusão do homem com o Tao da Criação.
Ao Trabalhar e se colocar em seu Caminho da Iluminação obtendo mente
infinita e iluminada e posteriormente ao trilhar seu Caminho da Liberação ou
Imortalidade obtendo vida infinita e iluminada, o homem fusiona-se com o Tao da
Criação, seu único e verdadeiro desejo. E por isso mesmo, fusiona também as
questões de mortalidade e de imortalidade: tudo isso fará parte da Eterna
Mutação, apenas isso. Somente o Tao é
imutável. Mesmo aquele ser que se torna
um Imortal, continua sua fusão entre vida e morte através a Eterna
Mutação. Somente o Tao é imutável. A única possibilidade de também nos tornamos
imutáveis é através da expansão da nossa mente e da nossa vida no sentido de
nos fusionarmos plenamente ao Tao, que é imutável.
A Consciência
Suprema Sou Eu. Eu Sou a Consciência
Suprema.
COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
Janine Milward
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©
2008
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