Ética
e Poder, dentro da Consultoria Astrológica
Janine Milward
As questões relacionadas à ética pessoal dentro do trabalho junto à
ciência da astrologia, bem como as questões relacionadas ao Poder e ao seu
(bom) uso.
A ética é uma questão absolutamente fundamental, a meu ver. Porém, eu também compreendo que a
fundamentação da ética em si é algo inteiramente estruturado no ponto de vista
pessoal de cada um de nós. Ou seja, aquilo
que para mim pode parecer absolutamente anti-ético, para outra pessoa pode
parecer inteiramente dentro da boa ética!
Céus, essa é uma real dicotomia, na vida!
Dentro da Astrologia, existe o Poder.
Que poder é esse? É o fato de nos colocarmos em posição de lermos e
interpretarmos o Risco do Bordado da outra pessoa. É certo que sempre faremos isso estruturados
em nossa cultura pessoal, em nossa espiritualidade pessoal, em nossa postura
pessoal diante da vida, em nossa ética pessoal.... mas a verdade é que estamos diante do Risco
do Bordado, do desenho do desejo de realização da Alma de uma pessoa, estamos
diante de questões que essa Alma trouxe, de forma sintetizada de algumas de
suas vidas passadas, para serem realizadas e vivenciadas nessa vida de
aqui-e-agora; estamos diante do Risco do Bordado que essa Alma quer vivenciar
hoje e se orientar em relação às suas vidas futuras.
Através do fato de que podemos sacar a essência da pessoa, seus Aspectos
mais harmoniosas e menos harmoniosos, seus Trânsitos de vida mais harmoniosos e
menos harmoniosos, seus ciclos de vida que podem se apresentar mais harmoniosos
ou menos harmoniosos... , enfim, tudo
isso nos traz o Poder, não é mesmo?
Sendo assim, existe a necessidade de bem embasarmos esse nosso Poder
dentro da nossa bem embasada, bem conscientizada, Ética.
E penso também que Ética pressupõe não somente um ponto-de-vista pessoal
mas também um ponto-de-vista estruturado na ferramenta as quais estamos fazendo
uso – normalmente em termos profissionais ou mesmo em termos pessoais e sociais
e planetários, com toda a certeza.
Ao longo de meus tantos e tantos anos de prática de consultoria, de aulas
e de escrita de textos e de livros na Astrologia, venho percebendo que, por
mais que eu exerça e pratique esta ciência subjetiva das estrelas, ela vem
sempre me ensinando mais e mais acerca seus arquétipos e como estes funcionam
dentro do Baile de Arquétipos inserido nos mapas astrais e tudo isso aliado à
vida pessoal, ao Dharma e ao Karma do Caminhante ou da situação em questão!
Sendo assim, eu diria que, por mais que pensemos que sabemos profundamente
sobre alguma matéria, sempre esta estará nos apresentando seus novos temas,
suas novas e sempre presentes possibilidades que não foram apresentadas
anterioremente, que não foram ‘sacadas’ anteriormente, que não foram percebidas
anteriormente, que não tiveram oportunidade de se mostrarem anteriormente, em
tempo e espaço que andam sempre para frente mas que guardam as verdades do hoje
orientado para o passado.
Neste sentido, eu penso sinceramente que a boa Ética na Astrologia nos
leva a pensarmos duas vezes se estamos vivenciando-a realmente ou se estamos
nos enganando e usando o Poder sempre que quisermos – seja de maneira explícita
ou seja de maneira implícita -, usando o Poder sem nos darmos conta de que
sempre existem outras tantas possibilidades arquetípicas que nunca poderão ser
percebidas num simples aqui-e-agora no trabalho astrológico.
Portanto, existem situações que, a meu ver, não se coadunam com o
fusionamento, consciente ou inconsciente, da boa Ética com o (bom ou mau uso
do) Poder.
E uma dessas situações, por exemplo, acontece quando uma pessoa está
diante da possibilidade de erigir o mapa astral de nascimento, Risco do
Bordado, antecipatório a este mesmo nascimento.
Entre outras questões kármicas, é preciso ressaltar o fato de que: será
que questões preconceituosas não estarão sendo levadas em conta e portanto,
prejudicando este trabalho, pseudo trabalho, eu diria? Será que uma rápida ou mesmo longa olhada nos
mapas potencialmente sendo compostos para o nascimento de uma criança estão
efetivamente levando em conta o Baile dos Arquétipos e suas zilhões de
situações..., situações estas que se apresentarão somente ao longo dos tantos e
tantos anos da vida deste ser, ou desta situação dada, e que poderão ou trazer
grandes alegrias ao consultor astrológico (ou mesmo, simples aprendiz ou
curioso) em Astrologia ou poderá sempre lhe trazer grandes sustos e a
compreensão de que jamais poderia ter imaginado, com antecedência prudente,
sobre questões nem sempre agradáveis que estarão acontecendo e podendo
desagradar tanto ao ser que teve seu mapa ‘tecido’ por abuso de Poder –
acarretado por ausência de compreensão acerca a extensão de situações que
acontecem a partir de um Baile de Arquétipos - e ausência de boa Ética na
Astrologia, ou mais ainda, pelo próprio consultor em astrologia que erigiu
determinado mapa de nascimento!
E eu diria que em termos destas questões acima comentadas no parágrafo
imediatamente acima poderão ser ainda mais enfatizadas e intensificadas quando
estas questões acontecem dentro do âmbito familiar.
Outra questão a ser conversada acerca de nosso trabalho, enquanto
profissionais e consultores de astrologia: embora seja difícil se explicar ao
cliente desejoso de invadir o mapa de marido, ou de algum amigo ou de namorado
ou do sócio.... embora seja difícil se explicar sobre a questão da ética
envolvida e sobre o poder envolvido nessa invasão de mapa.... é preciso que
saibamos como agir nessas situações.
De uma forma geral, eu apenas realizo a leitura do mapa astral de uma
terceira pessoa se a terceira pessoa me trouxer seu consentimento para
tanto! Certamente existem exceções: a
mãe que quer saber sobre o mapa astral de seu filho, por exemplo. Mas mesmo
nesses casos, se o filho tiver mais do que dezesseis, dezessete anos, aí então
eu já digo que eu estaria pronta a fazer a consulta de leitura do mapa astral
diretamente com a presença desse filho e já com a não-presença da mãe. E é claro que existem sempre outros casos de
exceção.
Como um exemplo, há alguns anos atrás, eu tinha uma cliente muito
interessante, grande escritora, escritora famosa, realmente. Éramos também boas amigas. Certa vez, ela me trouxe o horário de um novo
namorado seu, uma pessoa que ela queria namorar e me pediu para dar uma olhada
no mapa dessa pessoa e me dizer alguma coisa sobre ela. Eu me recusei a tanto. Em suma, ela deixou de querer ser minha amiga
- além de não mais ter voltado a ser minha cliente. Ela ficou furiosa.... mas enfim, o que fazer?
É preciso, portanto, amigo das estrelas, que tenhamos boa ética e nos
mantenhamos dentro do andar da carruagem dessa boa ética que pretendemos
assumir!
É preciso que a gente tenha um olho bem aberto para não deixarmos nossos
clientes, ou amigos, ou parentes, ou alunos – ou mesmo a nós mesmos, em nosso
ego -, ou quem quer que seja nos diga como trabalhar, como realizar nosso
trabalho.... nos imponha suas necessidades pessoais ou seus desejos
pessoais.... enfim, tudo aquilo que não
esteja de acordo com nossa ética pessoal e com o bom andamento do nosso
trabalho.
É preciso que saibamos lidar com o Poder e com a Ética, dentro da
astrologia. E não somente dentro da
astrologia, também dentro de outras ciências divinatórias. Assim eu penso.
E penso também, que você, amigo das estrelas, haverá de compreender sobre
a importância das questões sobre Ética e Poder, ao longo de seu caminho sendo
percorrido dentro da astrologia: quanto mais você vier a saber sobre a ciência
da astrologia, mais você haverá de buscar seu patamar pessoal acerca de Ética e
de Poder.
.....................
Em termos do Mapa Composto e da
Sinastria, eu diria que as questões acima comentadas deverão ser levadas em
consideração, sem dúvida alguma.
Quando acontecem os casos de pedidos desses Trabalhos, eu realmente
explico ao cliente a situação da ética minha profissional e peço que a outra
pessoa a ser inserida no contexto do Trabalho venha até a mim para me fornecer
seus dados pessoais e me trazer sua autorização explícita para que eu possa
abrir seu mapa astral natal e os demais mapas coadjuvantes e teça o mapa
composto e a sinastria com o cliente que realizou o pedido.
Eu penso que é bem melhor agir dessa maneira - mesmo correndo o risco de
perder clientes insatisfeitos com essa minha exigência.
Finalmente, meu conselho aos meus amigos das estrelas é que não fiquem por aí dizendo
sobre suas datas de nascimento, seus dados de nascimento - fundamentalmente em
relação ao horário desse nascimento. E
por que não? Porque assim nos
preservamos em relação ao Poder mal-usado de pessoas de baixa ética quererem
adentrar nosso Risco do Bordado, onde se revela nosso Eu Sou, nosso Eu Fiz,
nosso Eu Faço e nosso Eu Farei, de maneira inteiramente clara e
transparente.
Sendo assim, forneça seus dados pessoais de nascimento - fundamentalmente
o horário (que nos permite levantar o mapa corretamente) - apenas para as
pessoas em quem você se sente confiança.
Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Texto extraído do Capítulo 1 de Seu Livro de Vida
Quase tudo o que você quer saber sobre Astrologia da Alma e do
Autoconhecimento
SEU LIVRO DE VIDA
© 2008
http://seulivrodevida.blogspot.com.br/
Janine Milward
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Astrologia da Alma e do Auto-Conhecimento,
em 22 Capítulos/Volumes!
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Editora Estrela do Belém